Em 2001, estivemos em um seminário na Argentina com Dr Helmut Raiser, onde ele explanou de maneira complexa a questão do Pressing na Proteção e delineou de maneira bem clara que podemos utilizar o Pressing nas outras seções tambem.Apenas não explicou como (rs). Após tanto tempo decidi postar algumas idéias sobre seu trabalho na Argentina, é um resumo de minhas anotações e como ser humano, talvez eu tenha esquecido algo, ou acrescentado algo de mim mesmo no assunto. Como faz tanto tempo, eu não sei o que é realmente do Dr Raiser e o que é idéia minha, mas acho que 99% deve ser do Dr Raiser. Aqui está!
1. O Lado positivo da competitividade mundial é que devemos pensar mais sobre nossos métodos de adestramento.
2. Para os que estão começando é muito difícil chegar ao nível competitivo de hoje.
3. Quando o manejo do cão é errado se destrói tudo.
4. O cão tem que aprender algo e o condutor também tem que aprender algo.
5. O mais importante é que o cão aprenda como o condutor o está conduzindo.
6. Em proteção há 3 exercícios. [OBEDIÊNCIA – AGRESSÃO – PRESA]
7. O 6º EXERCÍCIO DO SCH III (ataque frontal)é a meta final do treinamento.
8. A linguagem corporal que se ensina ao cão é:
Ao ver o figurante mude a intensidade;
Mude a intensidade para agressão;
Mantenha-se em agressão mesmo que o figurante não faça nada;
9. Esperamos que o cão mantenha a mordida com pressão até que o mandemos soltar.
10. Dá-se muita importância nisto hoje em dia, pois se o cão começa a mordiscar perde pontos. Estas são as regras se queremos competir.
11. O cão deve fazer um comportamento correto e claro de presa.
12. Um cão jovem deve aprender / entender desta maneira:
Disciplina na mordida;
O cão continua mordendo e o condutor controla para que ele não vá para defesa;
O Figurante controla para que ele não vá para avoidence / fuga;
13. Só existe 3 exercícios e 3 mudanças no processo.
14. O cão deve aprender isto desde o princípio.
15. Se quiser competir em nível muito alto, hoje em dia, temos que fazer isto muito claramente.
16. Precisamos aprender como estabilizar o cão na agressão.
17. Como e quando estabilizar o cão em presa.
18. Como e quando estabilizar o cão em obediência.
19. Quais são as regras de aprendizagem, qual é o melhor momento, como posso influenciá-lo.
20. Precisamos de técnicas especiais para fazer isto.
21. Uma destas técnicas é o Pressing, que quer dizer:
CONCENTRAR A ENERGIA;
CONCENTRAR A ENERGIA PARA EXERCÍCIOS ESPECIAIS;
MANTENHA O DRIVE QUE ESTÁ USANDO
MANTENHA A INTENSIDADE
22. Queremos que o cão mantenha a intensidade nos três exercícios:
Latido em agressão;
Manter a mordida firme e calma [mordida dominante e firme];
Mantenha-se em obediência;
23. Os exercícios que consome mais energia são aqueles que o cão precisa latir em agressão.
24. Os exercícios de obediência não consomem tanta energia e o cão se refaz rapidamente.
25. O Stress, tira a força do cão e deixa-o mordiscando, movendo [chacoalhando] a luva ou com uma mordida hesitante.
26. Todos querem um cão com:
Ataque forte;
Mordida forte;
Um comando único para sair da mordida e começar a latir;
Latido intenso e forte;
27. Temos que ter por objetivo para o cão:
Manter-se em agressão;
Pressing;
Mantenha sua energia na parte de agressão;
Mantenha a intensidade.
28. Se o cão tem uma boa presa e começa a mordiscar quando o condutor comanda senta, não há harmonia entre o cão e condutor. Há conflito.
29. O conflito pode levar tanto para a agressão como para a fuga, dependendo do estado emocional do cão.
30. O cão é agressivo e não tem uma mordida calma, pela maneira como o condutor opera.
31. Quando o condutor coloca conflito no cão, ele apresenta agressividade com alta intensidade. Se for um cão bom, ele não será limpo no larga e em outros exercícios da proteção, ou se o condutor for de caráter forte demais o cão tende a ser tímido.
32. Não colocar conflito no lançado (figurante demora soltar a manga), pois o lançado é uma atitude de caça / presa e não colocamos conflito na caça.
33. Trabalhar os três exercícios muito claramente. Se começar a trabalhar enquanto tem conflito, o cão não tem condições de aprender isto claramente.
34. Se o cão está incorporado no erro, não aprende o correto.
35. A palavra "PRESSING" descreve a situação completa de:
Presa (mordida)
De latido (agressão)
E obediência
36. O que temos que aprender é concentrar o cão em:
Presa (mordida)
Latido (agressão)
E obediência
37. Distinguir especificamente o exercício [ou obediência ou mordida ou latido], diminuir o exercício o máximo que puder e colocar concentração total neste momento preciso.
38. Todas as emoções estão divididas em quatro intensidades: FOME, AMOR, MEDO e AGRESSÃO.
39. O cão percebe / entende a comunicação não verbal das emoções.
40. Podemos nos comunicar com a linguagem do corpo.
41. Temos que pensar qual é a linguagem do corpo nas intensidades diferentes.
42. O Trabalho do figurante é atrair o cão em presa ou defesa, nunca em fuga.
43. Sobre selecionar cães com padrões altos, devemos:
Utilizar critérios corretos;
Testar em prova;
Selecionar os melhores;
Usar para criação;
44. Se não utilizarmos critérios corretos, não testar os cães, não podemos selecionar corretamente os talentos do cão.
45. Drive é o que o cão traz dentro de si. Deve-se avaliar o quanto ele traz para o trabalho.
46. A Técnica é o que fazemos com o cão, o que ele tenha aprendido. Se um condutor é inteligente e sua habilidade de influenciar o cão, sabe manejá-lo.
47. Somente se ambos, condutor e cão estão em harmonia, vão ter um resultado positivo.
48. Pressing, Open e Vorant são formas de manter a harmonia durante a proteção.
49. Quando o condutor faz o Pressing, não está permitindo o cão RETROCEDER OU ATACAR.
50. Quando o condutor faz Open, está permitindo agredir ou caçar.
51. Trabalho de faro é muito especial para o cão.
52. Na Obediência buscamos a intensidade do drive, seu temperamento e sua inteligência.
53. Na proteção tem algo especial, pois alem de inteligência e intensidade, temos condição de ver o caráter do cão.
54. Na proteção o cão está no nível máximo de seus nervos e aqui vemos o caráter do indivíduo.
55. O cão mostra seu caráter quando tem pressão. [Stress]
56. Não queremos ver se tem somente agressão ou intensidade, mas quais são os nervos e sua intensidade neste sentido, no momento do stress.
57. Quanto mais delgado (finos) sejam os nervos do cão, é mais fácil dele mostrar intensidade.
58. Um bom cão é aquele que tenha nervos firmes e uma alta intensidade.
59. A idéia de treinar corretamente é que não haja conflitos, com uma técnica perfeita.
60. Quando tem um trabalho mal feito, tem conflito e este conflito gera agressão, porque esta é a atração para agressão.
61. No condicionamento Clássico o cão aprende os drives, extrair o que há de melhor nele para ações especiais.(INTENSIDADE)
62. No Condicionamento Instrumental o cão aprende a parte técnica, como trazer algo ou latir e os exercícios técnicos. (EXERCÍCIOS)
63. E é importante saber o que fazer e quando, pois o drive não está sempre ali quando o cão nasce,
64. Temos que considerar que a maneira de um cão suportar o stress aumenta com a idade.
65. Seguir avançando na escala de aprendizagem significa stress!
66. Três coisas especiais que buscamos em um cão de schutzhund: bom nariz, boa inteligência na obediência e não somente agressão ativa na proteção mas também controle de nervos e ser obediente na proteção!
67. As coordenadas que temos que manejar são: DRIVE – APRENDIZAGEM – MADUREZ;
68. Quanto mais velho o cão, mais capacidade de suportar o stress ele tem.
69. Isto significa que se buscamos algo que implica stress, não pode ser algo que prolongue muito.
70. No "junto" com mais que dois minutos ou qualquer outro exercício que exija compulsão devemos esperar pra fazer quando o cão for mais velho.
71. Se fizermos por muito tempo e sobrecarrega o cão, ele não vai querer trabalhar mais. Ele produz avoidenc.
72. Se o que buscamos é especialmente a possibilidade do impulso, do drive que permita o cão reagir e enfrentar a sobrecarga deixem que seja a agressão, e isto madura muito mais tarde (no Pastor Alemão de 15 a 18 meses).
73. Ao treinarmos um cão com exercícios técnicos, como o larga, e ele têm dois anos, fica fácil de ele fazer a transferência da caça pra defesa, e quando mandamos ele largar, sua atitude é de: " quero minha manga, quero minha manga!" e a agressão aumenta.
74. Se fizermos o mesmo com um cão jovem de um ano, e dermos tranco no cachorro, ele pode agir da seguinte maneira: "Oh desculpe-me, não vou mais morder a manga!" E entra em avoindec.
75. Então o que queremos? Que o cão após largar fique tímido, ou agressivo? Devemos usar o intelecto e não os músculos! Podemos esperar um ano mais para treinar coisas técnicas.
76. Bons condutores em geral não são bons construtores de filhote.
77. Bons construtores de filhote, em geral não conseguem controlá-lo quando ele tem dois anos ou mais, pois o filhote acaba ficando temperamental.
78. Por um lado precisamos ser sensíveis com o filhote quando o estamos criando, por outro, se lhe proibir algo não fazer tão forte que borre a personalidade do cão.
79. Devemos dar-nos conta de mudarmos nossa conduta com a madurez do cão, então a autodisciplina é uma importante palavra em adestramento.
80. Por um lado, sensíveis e por outro completamente consistente. Isto corresponde o que é madurez.
81. DRIVE define completamente: ATRAÇÃO – COMPORTAMENTO – OBJETIVO DO IMPULSO.
82. Quando falamos de DRIVE, pensamos nestes 3 itens juntos.
83. Quando a atração é a mesma por muito tempo, o cão tem a tendência de diminuir a intensidade.
84. Resolvemos isto, mudando a atração. Ao mudarmos a atração o DRIVE volta, só devemos ter o cuidado de não repetir muitas vezes.
85. Um cão jovem deve trabalhar da seguinte forma:
Colocar diversão, muita diversão;
Treinar pouco, intensamente e terminar.
86. Não deixar o cão ver a [Presa] o tempo todo
87. Algo muito presente baixa a intensidade.
88. O DRIVE de presa aumenta quando o cão não recebe (ganha) a presa.
89. Quando a caça está na boca do cão, a tendência é diminuir o DRIVE, pra corrigir este desastre precisamos de outro DRIVE.
90. Qualquer coisa que estresse o cão vai para os nervos e ele apresenta uma reação.
91. O cão atingiu seu objetivo, quando é capaz de reduzir a tensão e ficar calmo.
92. Depois de cinco minutos de treino, um cão já está sobrecarregado da caça e a única coisa que extraímos do cão é defesa.
93. ATRAÇÕES ORIGINAIS DA DEFESA:
DISTANCIA – Há três distancias no processo:
1. Arrancada (o lobo mantém sempre esta mesma distância)
2. Estress (quando entramos na distância critica)
3. Contra – Ataque (reage ao contato físico)
CONTATO VISUAL – traz muita carga emocional [Considerada como a ABSOLUTA AGRESSÃO]
TORNAR-SE GRANDE – aumentar o tamanho do corpo
CONTATO FÍSICO
94. O truque é usar toda esta energia que é produzida pela DEFESA e canalizar totalmente em energia de PRESA.
95. O comportamento em competição é LATIDO – MORDIDA – REAÇÃO.
96. JUNTAMOS AS DUAS ENERGIAS A DE DEFESA E A DE PRESA e conseguimos muita intensidade.
97. Quando fazemos PRESSING, ensinamos desde o começo duas coisas:
1º - TODA ENERGIA VÁ PRA MORDIDA;
2º - SIGA COM SUA INTENSIDADE, MAS APENAS EM PRESA.
98. Esta é uma das coisas mais importantes a ensinar ao cão: SIGA COM SUA INTENSIDADE, MAS APENAS EM PRESA.
99. A segunda mais importante é ensinar HARMONIA. Os dois têm vantagens, o cão aprende a manejar seu condutor e o condutor a manejar o cão.
100. Se fores forte demais, destrói a atitude de seu cão, se fores mais suave, o cão enfatizará sua energia!
101. No trabalho de proteção, tiramos a intensidade da agressão, da caça extraímos a confiança e a segurança.
102. A única maneira de ir contra o Avoidence é trabalhando em caça.
103. Com a Agressão ativa, podemos ensinar o cão que ao reagir pode ganhar a presa (manga).
104. Se o cão é mais avançado e confia em si mesmo, podemos deixar a manga perto dele com o figurante e o cão consegue entrar em agressão ativa e é como se ele pensasse: "EU JÁ APRENDI ISTO, QUERO ESTA MANGA" e a intensidade do latido só aumenta.
105. Se a defesa funciona de forma positiva transforma-se em agressão ativa, ao sobrecarregarmos se converte em negativa e transforma-se em avoidenc.
106. CONCLUSÃO FINAL:
As transferências principais da caça são sempre ativáveis;
O estimulo não se esgota e permanece como tal;
É de alta intensidade;
Tem o risco de sobrecarga psicológica;
Funciona em conjunto com o impulso de presa;
É antagônico ao comportamento de evasão;
É o passo prévio para a agressão ativa;
Se funcionar positivamente transforma-se em agressão ativa;
Se funcionar negativamente, posterior a sobrecarga, transforma-se em avoidenc.
107. Sempre começar com o cão em guia esticada, pois aumenta a confiança em si mesmo!
108. A linguagem corporal é: "estou sustentado você, fique tranqüilo!".
109. Devemos mesclar entre comportamento de presa e de defesa, pois a presa traz segurança ao cão e defesa traz intensidade.
110. O pressing deve ser muito suave e delicado, para o cão poder enfatizar sua energia.
111. Tão logo o cão apresente uma atitude positiva, devemos sustentá-lo com o pressing.
por Aguinaldo Diniz
excelente
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